quarta-feira, 10 de setembro de 2008

A boa maré de Adriana Calcanhoto

Que Adriana era líquida, todos que a amam desconfiavam. Agora ficou claro, não porque seu novo cd se chama Maré ou porque ela está vestida de água desde a capa e, nas imagens seguintes, os pés, o corpo, tudo está mergulhado em azul. Adriana é líquida no seu canto que flui cada vez mais límpido, na sua insistência de que a voz e poucos acompanhamentos bastam para fazer soar a emoção. Ela está cada vez mais minimalista, cada vez mais de poucas palavras, de poucas melodias e, no entanto, precisas e poéticas. Poetas não lhe faltam. Vai ver é por isso que este seu cd me lembra tanto A fábrica do poema, cd dela de que mais gosto. Claro que a água que corre também tem a ver com Marítimo. Mas estão na Fábrica waly salomão, arnaldo antunes antonio cícero, augusto de campos. E também estão em Maré. Todas as músicas me tocam de alguma forma, menos “Porto Alegre”. Para mim, falta ali a gentileza que há em todo o resto.
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1 Palavrinhas:

marcos disse...

'Fábrica' também é um dos meus favoritos!