quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Barriga

Recebi hoje do meu tio amado:

"Estou meio perdido, sem tempo...fechei os olhos e vi vocês...um homem, uma mulher e uma barriga....".
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Sim, também estou sem tempo. E, sim, é o que também vejo. Ver um homem, uma mulher e uma barriga é, de longe, a mais bela visão da minha vida.
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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Convite


Todos estão convidados. Está sendo feito com muito amor. E também com muito suor. Envolve muita gente do bem, disposta a trabalhar de graça para que a universidade seja o lugar das discussões, dos sonhos e das amizades.


terça-feira, 11 de agosto de 2009

Arquivo




Em Salvador, todo mundo quer ser Pierre Verger.
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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

ansiedade mundana

Calma, calma. como toda grávida, eu estou ansiosa. Mas a ansiedade do título deve-se a algo mais, digamos, mundano. Junto com o quarto do Poeminha, eu e Tatu cometemos a loucura de mandar fazer um móvel para os CDs. Criamos o modelo a partir de um que vimos em uma revista. Pronto, virou desejo de última hora, embora o bom senso soltasse alerta vermelho a cada segundo. Como boa teimosa, ignorei todos os piscaspiscas, rebatendo-os com frases como: "Quando Poeminha nascer, ele vai puxar as caixas de cds que vão cair na cabeça dele". A avó dele, como já anunciei aqui, concordou comigo. O certo é que agora o móvel, depois de remodelado, acrescido, deve chegar a qualquer momento e vai ocupar uma parede inteira. Um móvel para 1000 cds. Inicialmente, o projeto era para 600 cds. Eu chutei este número por alto. mas quando tivemos que fechar o projeto, o jeito foi contar um por um e, para minha surpresa, chegamos nesta conta medonha. E esse número continua aumentando, porque eu sou das "antigas", gosto mesmo é de ter o cd, e não apenas baixar músicas na internet.

Porém, se móvel planejado é bom, porque sai do modelo que queremos, é também um saco, porque tem prazo longo de entrega. E eu que até gostava de como os cds estavam, agora, a cada vez que passo por eles, suspiro, imaginando que muito em breve eles terão um lugar à altura. Este lugar à altura foi a frase mais dita pelo vendedor para nos convencer ante a exorbitância que nos cobrou. Mal sabia ele que eu já estava convencida. Para afagar ainda mais meu ego, ele chegou a perguntar se alguém tinha decorado o apartamento, acrescentando que era muito original, muito bonito. Toda prosa, embora ciente da estratégia ali embutida, agradeci com aquele ar de humilde que fazemos quando, no fundo, estamos envaidecidas até o último fio do cabelo.

Definitivamente, eu sou um ser anfíbio, imersa em desejos. Já desisti de fazer ar blasé de quem não está nem aí para o supérfluo. Construo uma casa com afeto, embora ainda não tenha uma. Tenho o que dentro coloquei. Se minha casa é original, como disse o vendedor, é porque ela está carregada de história. Tem objetos caros, mas muito mais de valor emocional. Por toda parte, há minha autobiografia espalhada. Há mesmo uma certa poluição visual - casa à la almodovar: cores, livros, cds, malas espalhados, objetos que me fascinaram por uma ou outra razão. Vendo por este lado, sou muito mais cronópio do que esperança no que se refere à casa: uma esperança compraria, primeiro, um fogão ou um sofá, mas como boa cronopiana, prefiro antes um objeto com a função primeva de deleitar meus olhos, como esta estante que agora espero.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Os relâmpagos de Gullar


Ferreira Gullar me causa estranheza. Gosto muito da sua poesia, mas não gosto das suas entrevistas e de vários de seus textos. Sua luta em defesa da pureza da arte é quase vã. Uma vida toda de mea culpa por ter caído momentaneamente de amores pela poesia concreta. Aí veio o neoconcretismo, a volta à poesia discursiva... Mas nada disso tem importância quando leio seu livro Relâmpagos. A paixão pela tradição aqui tem outro matiz. E o que é imagem viram palavras carregadas de emoção e sensibilidade. Relâmpagos são pequenos instantes de delicadezas, como se Gullar, desnudo, tivesse contemplado por muito tempo cada pintura, cada escultura, e tirado dessa contemplação nem análise nem crítica, mas palavras de quem ama intensamente - palavras de amador, palavras amorosas. Não pode haver melhor transporte, melhor tradução para a arte, do que palavras assim - em carne viva.

ps. para minha surpresa, quando estava à cata de uma imagem, descubro que o livro está digitalizado. Eu ainda prefiro o folhear, mas para quem não se incomoda, é só clicar aqui.

merci!

tanto carinho aí embaixo nas "palavras". merci à tous! fiquei ainda mais cheia de amor. estar à espera do poeminha Bernardo, já sentindo-o por inteiro aqui comigo, é a mais doida das minhas aventuras até hoje. acordo no meio da noite e fico conversando com meus dois homens enquanto eles dormem. é uma lezeira gostosa, esta de expressar em voz alta todo o amor que há agora em mim. como disse a Rê, tudo transborda.
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tudo delira.