terça-feira, 2 de março de 2010

Nova casa

 
As coisas de Poeminha por toda parte 

Sábado, vamos mudar do apê para uma casa. E começando a desarmar o circo, penso que é quase desumano mudar com a quantidade de coisas, coisinhas e coisonas que fui juntando ao longo da vida. Quando vim morar neste apê, imaginei que só sairia daqui em duas hipóteses: para uma casa minha ou se fosse embora da cidade. Mas eu era apenas uma. O escritório com todos os livros, a sala com a TV, a salinha de som - tudo se mistura. Não é lugar para um filho, que teria de ser repreendido a cada passo. Lá na casa tem um espaço de terra, onde plantaremos grama. Na grama, piscininha de plástico. Espaço pequeno, mas terra. E uma grande área para ele engatinhar, andar, perder-se entre os brinquedos. Enfim, por ele e para ele. Gosto da praticidade do apê, mas me encanta a ideia de poder oferecer o espaço que ainda é possível ser oferecido a uma criança, quando se mora numa cidadezinha. Fazia tempo que procurávamos uma casa para alugar. Já estávamos desanimando quando a casa veio bater na nossa porta. Assim que a vimos, sabíamos que era o que procurávamos.

Agora é assim, aprendo a me dividir, a abrir mão da imagem - entre choros, fraldas, vassouras, ouço de uma aluna que já não sou mais a mesma. E não sou mesmo. Alguma dor sempre rola por conta do que tem sido deixado para trás. Mas não me espanta o sentimento de que nunca fui tão feliz. E isso não é pouco: afinal, há mais de dez anos assinei um pacto com a felicidade - e de tudo tenho feito para não descumpri-lo. 

Voilá! Se será bom para o Poeminha, e para o Tatupai, que finalmente terá um lugar para suas maquinarias, será bom para mim.  
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