sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A oficina de Brennand

Sou um senhor feudal supersticioso e pornográfico. Brennand

Um lugar que nunca deixo de ir quando vou a Recife é a Oficina de Brennand. Eu vou, e topo com ele. E levo todo mundo comigo. Brennand me fascina. Mas o seu lugar me fascina bem mais. Já vi exposição dele em Belo Horizonte e em São Paulo, e gostei, claro, mas o deslocamento diminui um pouco o impacto. O que se vê em sua Oficina, a céu aberto, é o resultado de um lento e obstinado trabalho. E o que eu gosto é da obsessão, como se ele não pudesse parar de multiplicar suas esculturas. O prazer muito a ver com a loucura. Fetiche. Quando vejo um objeto fálico nas mãos de Louise Bourgeois, vem à mente questões de gênero. O cérebro pensa. Diante dos inúmeros objetos fálicos de Brennand, o pulsa pulsa. Não é exatamente uma pulsão sexual. É um pouco como assistir a um filme de Pasoliniou ler um livro do Genet. Lutar a favor do desejo, morrer por ele, se preciso for. Ao invés de turistas bem comportados como nós, os corpos deveriam estar nus, libertos das cercanias da moral. Um mundo anterior à ordem, é o que vejo. Um mundo artístico, por falta de outra palavra. É um artifício. Existe ali e em nenhum outro lugar. Por isso, vale voltar sempre. 
















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