quinta-feira, 12 de julho de 2012

Belém... e a amizade


fui a belém. belém sempre fez parte de meu imaginário. tenho amigos músicos que sempre disseram da cena da noite de lá. eu vi pouco da cena da noite. mas vi a música 11h da manhã, banda sinfônica do pará no teatro da paz de lá. e a cidade toda de repente me pareceu tão bonita, com aquela decadência de um passado que já se foi.

eu estava triste pra caralho e nada tinha a ver com belém. tinha a ver com as coisas irresolvidas das minhas escolhas. mas vou dizer::: tinha meu amigo rivero lá. e ter amigos no mundo faz toda a diferença. e me enche de uma alegria doida. às vezes, me senti deslocada naquela casa tão linda que é dele e daquela moça que teve de aguentar a amiga do marido. e porque aguentou de forma muito bonita, muito humana, me senti acolhida, com vontade de ficar por lá (obrigada, oriana; uma mulher com nome tão lindo não poderia ser diferente!). e guardei em mim aquele bar onde pude ficar ali com meu amigo falando de coisas triviais, de coisas bonitas, e, de repente, um quase tudo dizer: "você está feliz?" e éramos nós dois ali, e todo nosso passado. e todo nosso presente. e o porvir. sim, já vivemos muito. já quase morri. já vimos o ir do rio muitas vezes. e as distâncias pareceram nada. isso se chama amizade. é o que me faz ir. é o que me faz sentir bem. é o que me faz pensar que vale estar no mundo.

e tinha a mariflor, aquela moça que me dava comida em paris e que me levava para as lojas de departamento para comprar roupas por 5 euros. era tudo tão bonito e eu sabia que era bonito. por isso, pude agarrá-la com força - na casa linda que é dela - e sentir a mesma beleza. a mesma de quando tudo estava a nosso dispor.é também a lindeza da amizade. eu quis estar lá - no seu mundo, no seu lugar, no seu tempo.porque onde existem amigos é onde devemos estar.
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sim, foi bom. foi muito bom.  belém. tem que ir lá. tomar sorvete. beber cerveja. caminhar. ver o forte. e os prédios todos que um dia foram bonitos. e descobrir que cerâmica marajoara não se encontra em qualquer esquina. e que todo turista é uma grande anta que não sabe ver nada além da unidade. que o mercado não é nada bonito, mas é. porque quando deixa de ser imaginário, fica um pouco desse imaginário na vivência. agora vivência.
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1 Palavrinhas:

Marilza Gusmão disse...

O prazer foi e sempre será meu, Mili, minha flor... Como eu disse para Bina: Foi tão bom ver que, depois de tantos anos, ainda somos, de alguma forma, aquelas meninas sonhadoras, de 5 anos atrás... E foi muito bom mesmo, e sempre será, todas às vezes que a vida nos colocar juntas novamente.
Muito beijo de saudade e de amizade.