segunda-feira, 2 de setembro de 2013

4º silic


De bandeja eu te daria
Se ao meu alcance
O lance da alegria
O presente deste instante.



Os maiores hiatos do "nenhum lugar" têm a ver com completude, com inteireza. Há longos intervalos que, de certo modo, não precisam de registro, pois ficarão em mim de qualquer jeito. Ou do jeito mais bonito para uma desmemoriada como eu: como lampejos. Lampejos de boniteza. 

Foi assim com o 4º Silic - Simpósio de Literatura Contemporânea. Acho bonito como chegamos até aqui - num evento que já não me recordo exatamente como começou. Sei que Rosana teve a ideia, sei que desde o primeiro foi uma lindeza. Sei que a 2ª edição foi super emocionante porque, afinal, eu era ali uma sobrevivente. E o 3º foi o que pode ser chamado de sucesso. Incrivelmente bem pensado. Porém, eu não queria, dessa vez, a mesma competência. Queria de volta o afeto. De volta, o querer fazer. E a alegria da realização. 

Senti uma vontade imensa de reunir pessoas que eu amava de verdade - a quem o Silic dizia respeito. E tenho a sorte de ter amigos muito sabidos - e que por isso compõem a história do Silic. Desde a escolha do tema, que, nesse ano, deve largamente ao pensamento de Marcos::: "as intermitências da crise", ficou bonito. Foi realmente uma grande emoção: Marcos Siscar, Marcio Renato, Marinalva. Binho, Evando Nascimento, Mariana, Rômulo, Dariete, Berenice. E ainda teve Florência Garramuño, que não conhecíamos, mas que conquistou a todos pela generosidade com que aceitou a longa estrada. E teve o sonho de receber Luiz Costa Lima, que ainda que irrealizado tocou o coração de todos nós. Tudo foi uma grande conversa, um sem-fim de risadas e cumplicidade. Pareço descrever um evento acadêmico? pois foi assim, assino. 

Aconteceu, ainda, o 1º Seminário Interno do Gepec, com a presença de professoras convidadas, Walnice e Simone, que foram tão generosas. Aliás, não faltou generosidade. Mergulhamos todos numa rede de afetos. Também no Seminário de Integração houve muito a dizer e muito a ouvir. E o que foi aquela conversa com o Marcos e o Evando, orquestrada por Mariana, Rômulo e Dariete? Que lindeza! E a ansiedade de Tatupai e Neto para vencer a distância de Costa Lima e nós? E a manhã de sábado com tanta gente para ouvir o Binho falar de um livro de literatura contemporânea? E a tarde, muitos ali, com "Linha de passe"? E o discurso de Marcio sobre nós? Como ele pode achar que pode pegar mal, se o seu coração todo estava ali, deixando-nos atordoados de amor? E Marcos falando mais de uma hora e meia com a sua voz de quem sabe tanto sobre o que fala quanto sobre o afeto? E Evando dizendo que havia sido o convite do Silic que o havia inspirado a escrever um texto tão longo? E Celso, todo inteiro a ofertar sua amizade na beleza do seu drama? E todos eles, aqui em casa? Mais de 100 alunos vieram de Guajará-Mirim, Porto Velho e Tangará da Serra, depositando em nós a alegria de uma grande jornada. Digo assim, sem nenhuma vaidade, com o sentimento de quem passou vários dias com o coração na mão, entregando-o a quem o merecesse. As noites aqui em casa foram longas. Um banquete, sempre. Tatupai cuidando de tudo. E Poeminha perambulando todo livre, encantado entre a multidão, com suas mil balas na mão? E os dias, também. Mariamada ficou aqui e tê-la na minha casa pareceu-me de uma beleza incomum e ao mesmo tempo tão natural. É isto: havia um lastro de história e, com isso, um lastro de amor.

Daí porque não posso cair na tentação de descrever um ou outro acontecimento. Foram tantos. E foram todos muito especiais. E ainda assim caio. Se me perguntarem por que insisto tanto na alegria, a resposta está em momentos como este. como este: "eu gosto tanto de você".
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