segunda-feira, 17 de novembro de 2014

para vocês, sempre, meu amor mais imenso

nestes dias, penso muito em amizade. em amor. talvez porque estes dois meses sejam pródigos de aniversários, justamente, de pessoas que eu amo. e amo bastante. e eu que não sou boa de aniversários, fico sempre meio aflita. a cada ano, imagino me redimir:::: chegar de surpresa. enviar o presente mais a cara da pessoa. escrever a carta mais bonita - para que elas lembrem que ainda existem cartas. e de fato, fico sempre na mesma - com a pessoa no meu pensamento. no coração. 

já disse, aqui mesmo, no nenhum-lugar, que me parece meio mágico que quatro das mulheres que mais amo tenham seus nomes iniciados com a letra "M", como eu. está certo que dois destes nomes se explicam pela mania da minha mãe por esta letra, ela mesma com a inicial "M", ela mesma um amor imenso. mas o que dizer das outras? dizer nada. mas gosto::: gosto de ter uma Mácia, uma Marta-Maneca, uma Marinalva, uma Marie em minha vida. soa bem. é sonoro. mas fico aflita todo mês de novembro. porque todo mês de novembro eu queria ser outra. e assim, surpreendê-las. somente Marie não faz aniversário neste mês. 

não vale, eu sei, dizer-lhes como as amo. como elas me são. porque isso, ainda bem, parece que digo sempre. de um modo ou de outro, de uma forma também mágica, a cada uma delas devo a minha vida. em cada momento, uma delas me salvou, levantando o alicerce do que hoje, para mim, significa estar aqui. não há muito o que dizer quando há uma dívida deste tamanho. uma dívida que não custa. uma dívida que, para mim, é toda gratidão.

Maneca me deu uma outra vida, quando eu ainda não sabia que queria esta nova vida. e nunca, em nenhum momento, permitimos que houvesse entre nós a menor desdita - mesmo quando a possibilidade era grande, soubemos manter isso que simplesmente é amor. Mari pegou minha vida pela mão e disse:::: "é assim". não sem espernear, eu acatei. devo a ela as duas maiores "guinadas" de minha vida e, ainda, uma profissão, amor-próprio, coragem. pouco não. quase tudo. poderia dizer que ManaMácia me deu a vida. é quase certo que, não sendo ela enfermeira, eu tivesse morrido de guilain-barré. foi ela que teve a percepção, a intuição ou a certeza da gravidade, quando todos ao meu redor me diagnosticavam com uma doença que até agora nunca tive. mas ela me deu bem mais que isso. antes que eu lesse Derrida, ou lesse Barthes, foi ela que me apontou o que é ética, cuidado de si, cuidado com o outro. eu tinha quinze anos e desde lá suas palavras me soam como fundantes, originárias, decisivas. e meu anjo ruivo Marie me deu a palavra. e a delicadeza. um ser-outro que me fascina, uma calma que me acalma e, ao mesmo tempo, um turbilhão, ali, nos seus belos cabelos ruivos. pude sentir isto, de novo, quando a reencontrei este ano. quando a vi, bem ali, senti um amor tão intenso, tão generoso, como se todos os dias fossem dias de nos vermos. e é assim com cada uma delas. 

e é também assim que a cada novembro elas preenchem minha vida. todo dia 8, dia 15, dia 25, cada uma delas me preenche. me toca. não tem distância que tire isto. não tem silêncio que me faça esquecer. e na verdade, não tem dia que eu não agradeça por elas existirem - e por existirem em minha vida. 

"feliz aniversário, meninas! para vocês, sempre, meu amor mais imenso". 
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e se fosse a hora de alongar esta conversa, também poderia falar dos homens importantes em minha vida que começam com "M", e mais, com "Ma", como elas::: Marcos, Marcio... Melhor deixar esta prosa para depois. com eles tenho vergonha de me "derramar" deste jeito. mas eles sabem. sabem também de meu amor. porque dizer do amor não custa. custa não. 
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** e sim, eu sei que flores são sempre meio bregas. mas estas flores são especiais. são do jardim da Bisa. são de um momento bonito. Poeminha estava lá, como sempre está. lá é o seu jardim. lugar de pisar nas pedras, de sentir o cheiro do verde, sentir o amor da Bisa. são flores especiais, acreditem. vejam::: ele estava lá. e isso faz toda a diferença. faz a diferença existir no mundo pessoas como a Bisa, que cultivam um jardim. e cultivam um amor, assim, imenso, por um menino Poeminha. 
     

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