domingo, 13 de novembro de 2016

11 de novembro --- nas ruas contra a PEC (e as dores de todos os dias)


 










(têm sido dias intensos. este abrir para o mundo. e o tempo todo confrontar-me com as injustiças. como é que se aguenta? qual o suporte? como suportar?. fico grávida de perguntas em um mundo oco de concepções).

--- tanta coisa aconteceu desde que Dilma sofreu o impeachment. Temer assumiu. e desde então, o golpe ganha a feição de ditadura. um novo tipo, é verdade. dessa vez, não foram necessários os militares, embora a polícia esteja nas ruas com todo tipo de repressão. bastaram o judiciário, o legislativo e a mídia a escamotear todo tipo de notícia ---.

o que mais me choca é a inércia da população. ou melhor, o que mais me chocava no início de tudo.  agora, eu credito tudo à educação. ou à falta de politização que não ocorre na educação. e ainda falam de uma "escola sem partido", como se a escola estivesse cumprindo o papel de criar corpos históricos que saibam ler o que agora acontece. 

---- não digo que eu saiba ler. e a minha leitura seja a única possível. mas certamente, sinto-me capaz de perceber as manipulações midiáticas, os conchavos políticos (Temer faz uma festa de gala antes de ser aprovada a PEC que estabelece um teto de gastos por 20 anos!), a inaptidão das pessoas para a política.
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escrevi sobre o movimento #ocupatudo versus o que chamei de "nada de greve" da categoria docente. têm sido dias tristes. e eu tenho estado furiosa. porque nós não podíamos, de forma alguma, condescender um minuto sequer. um sindicato nacional natimorto. uma categoria omissa. e estamos entregues às feras. todos parecem saber que o servidor público federal será um dos mais prejudicados com a aprovação da PEC, menos nós mesmos. e daqui a uns três anos ou menos, é que entenderão sobre o que nos calamos.

Para quem quiser, bem aqui. 

http://desacato.info/entre-o-ocupatudo-e-o-nada-de-greve-o-esvaziamento-dos-sentidos-politicos-das-palavras/

por isso, tem sido um alívio estar próxima dos movimentos sociais, ainda que sinta que é preciso sempre saber mais e estar mais junta. comecei este texto com a intenção de dizer isto::: vou para os movimentos sociais e não paro de me emocionar. porque sinto que ali há alguma verdade. porque vejo pessoas que parecem as pessoas que sempre amei e admirei. gente que sabe o que é luta. o que é pobreza. o que é batalhar o de-todo-dia. não me é um espelho, hoje. mas é minha história. vejo ali meu pai, meu avô, minhas tias, meus lugares. Tabuleiro e Iracema. e fico sangrando. lembro e lembro e lembro. 
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por isso, catei rostos mais do que multidões. 

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e que a luta nunca acabe.